Proxecto epístola

Agrupación de coleccións epistolares para a páxina institucional do Consello da Cultura Galega.

Carta de Paulo Ronai a Paz Andrade. 1975

27/04/1975
Valentín Paz-AndradePaulo Rónai Pal
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Rio de Janeiro, 27 de abril de 1975



Ilustre Amigo Valentín Paz-Andrade,

Acabo de receber a sua carta amiga de 26 de março, acompanhada de dois presentes valiosos: a bela edição pentalingue de seu Pranto Matricial e a substanciosa coletânea de estudos do Círculo das Artes sobre O Futuro da Língua Galega.
Sinto no seu poema um lamento pungente pelo amigo perdido, mas também o pranto torrencial de toda uma nação sobre o poeta que a encarnava, ao mesmo tempo que vejo nele um afresco de grande força patética e pictórica de todo um país, essa Galicia que não conheço mas que já começo a adivinhar e a amar... E é uma festa para o filólogo amador que sou ver o seu texto ecoado em mais quatro idiomas ibéricos.
Quanto ao volume de ensaios, ele me faz compreender melhor o problema da língua galega dentro do contexto espanhol. O estudo do Amigo sobre a evolução transcontinental da língua galaico-portuguesa constitui uma argumentação lúcida em favor do bilingüismo, ao mesmo tempo que uma convincente afirmação de identidade fundamental do português e do galego. O simples fato de que um leigo como eu entende, sem dicionário, 90 por cento do seu estudo e dos demais que compõem o volume é uma prova do acerto de suas alegações.
Tomo a liberdade de remeter-lhe em anexo um dos meus últimos artigos cujo assunto há de interessá-lo e, reiterando os meus agradecimentos, subscrevo-me com cordial estima.
Seu amigo e leitor,



Paulo Rónai

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