PROXECTO EPÍSTOLAS

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2 MENCIóNS A Cícero Dias (1907-2003)

Pintor do modernismo brasileño.
Epístolas
Mencionado/a [2]
Data Relación Remitente - Destinatario Orixe Destino [ O. ] [ T. ]
Data Relación Remitente - Destinatario Orixe Destino [ O. ] [ T. ]
1949-06-22 Mencionado/a
Carta de Freitas a Seoane. 1949
Bos Aires
Transcrición

Transcripción da epistola Carta de Freitas a Seoane. 1949 en 22/06/1949


Buenos Aires, 22 de junho de 1949

Meu querido Seoane:

Aqui cheguei há quase um mês e já me disponho a partir novamente para o Rio onde, como voce sabe, resido atualmente. Escrevi-lhe uma carta para o Recife mas aqui chegando e conversando com Cuadrado e Varela, me dou conta que voce não a recebeu. Volto a explicar o motivo do nosso desencontro no Rio. Imagine que abreviei minhas ferias em Vitória só para ter o prazer de ser seu cicerone no Rio. Infelizmente isto não aconteceu. E a culpa, meu velho Luis Seoane, foi única e exclusivamente da Companhia Francesa de Navegação que me levou todo o dia enganando-me, dando-me informações falsas e outras brincadeiras de mal gosto, pelo estilo. Disse-me a Companhia, três vezes por telefone e uma pessoalmente, que o navio chegava às seis da tarde e quando lá cheguei com meus amigos, resulta que o navio já tinha saído, pois chegara precisamente antes, muito antes das seis horas da tarde daquele dia. Havia combinado com os amigos uma recepção, com jantar e tudo até com fotógrafo. Atualmente estão em Paris varias das pessoas com quem eu tinha combinado o tal encontro. Ai estã o Santa Rosa, Paulo Mendes Campos, jovem poeta que desejo que voce conheça e outros mais. Não pude dizer a voce o quanto me agradou o Jaburuna o que faço agora. Está um primor. Muito obrigado, Seoane, outra vez muito obrigado. Mas faça-me um favor: Procure na embaixada do Brasil ao Cicero Dias e diga-lhe que lhe dê a direção do Paulo Mendes Campos. Diga ao Cicero Dias que possivelmente ele não se lembre mais de mim, pois o conheci em 1930. Mas que temos tantos amigos em comum que tomo a liberdade de apresentá-lo a ele. Pergunte também pelo Sérgio Milliet e pelo português Novais Texeira. Toda essa gente está em Paris e é uma pena que voce não se aviste com eles. Estou trabalhando no Ministério das Relações Exteriores, S. de Imprensa, no Rio e resido no Pax Hotel, Praia do Russell, 106. Mande-me notícias e disponha de seu amigo certo

[Manuscrito:] Recomendenos a Maruja, a Colmeiro e Dieste

Newton

1955-01-11 Mencionado/a
Carta de Freitas a Seoane. 1955
Bruxelas
Transcrición

Transcripción da epistola Carta de Freitas a Seoane. 1955 en 11/01/1955


Bruxelas, 11 de janeiro [1]955

Meu caro Seoane:

Há muito tempo que não tenho notícias de voces. Onde, diabos andam! Há dias estive em Paris, vésperas de Natal e fui procurar o Colmeiro. Encontrei a porta do seu atelier fechado, e assim mergulhei na ignorância de notícias dos meus galegos queridos. Mas nós somos pedras duras; e algum dia nos encontraremos por este mundo de Deus. Soube pelo Carybé que andas funcionando muito. Pintando bastante, e o que é melhor, bem. Parabéns. Soube também que o grande Cuadrado aperfeiçoou suas palestras –baratin galico– e tem apezar da idade uma coorte feminina bem avantajada. Ainda bem. Deste bribon de Valera nem é bom falar... Pressinto suas artimanhas célticas. Não tenho coragem de voltar a Buenos Aires, muito embora saiba de antemão que vou encontrar os amigos distantes e queridos –o que é sempre um prazer– mas em contraposição tantas mulheres que amei e ainda amo (sou constante) envelhecidas. É muito para meus pobres e cansados nervos. Isto sem contar o espectáculo que darei como copiosos cabelos brancos, argenté. Mas agora que já fiz esta oportuna introdução vou entrar no assunto. Ah! Amigo, uma carta é sempre um pedido e esta não foge à regra. Terminei uma monografia sobre Cicero Dias e me parece que a coisa está apresentável. A monografia encaixa bem na Colección Mar Dulce, caso ela ainda exista. O material fotográfico é excelente. Escrevia-a para o Serviço de Documentação do Rio. Se houver algum interesse, mande-me dizer que enviarei uma copia completa. Senão, porque preciso tirar alguma coisa de voces, mande-me um exemplar do livro do Carlos Drumond de Andrade, aparecido em Botella al mar.
Continuo trabalhando por aqui ainda uns dois meses, porque pressinto que serei transferido para Londres. Como voce costuma aparecer em Londres, é muito possível que este ano ainda nos encontremos. Lídia manda lembranças para Maruja. Eu também. Recomende-me a todos e mande notícias desta gente tão ingrata, porém tão simpática,

seu

Newton

Newton Freitas
L´Ambassade du Bresil
Avenue Louise, 108
Bruxelles-Belgique.